A ideia de arquitetura como sistema propõe uma arquitetura que define possibilidades de ocupação em vez de espaços finitos.
Um sistema de relações entre as várias escalas do espaço, entre o público e o privado, entre o interior e o exterior, e entre os vários sujeitos que habitam esse sistema.
Para que este sistema funcione, tem que ser um sistema aberto. Aberto aos seus utilizadores e habitantes, às suas ações e subjectividades. Um processo infinito de ocupações.
As estratégias fundamentais da disciplina de arquitetura sempre foram as mesmas: abrir, fechar, incluir, excluir, limitar. A arquitetura enquanto sistema recentra o desenho do espaço nas decisões tomadas pelos sujeitos que o habitam. E define a arquitetura como um exercício de liberdade.
A tipologia dos edifícios, com generosos alpendres orientados a sul, oferece um palco individual a cada casa para ser ocupado ao longo do tempo, através da utilização quotidiana, ou através da ampliação futura da área interior habitável.
O alpendre é a extensão natural do espaço interior das casas, e desempenha um papel determinante na regulação passiva do conforto térmico das habitações, sombreando no verão, e permitindo ganhos solares no inverno.
Esta fachada inacabada espelha a diversidade dos habitantes, funcionando como filtro em relação ao exterior: uma zona de mediação entre o domínio privado e o público, aberta à ocupação dos moradores.
© Panoptikon
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O programa da Casa da Música Húngara é organizado de forma clara em torno do átrio central - a câmara - um espaço performativo centrado sob um vazio que abre o edifício para o céu. As paredes laterais da câmara são amovíveis, o que permite que os restantes espaços do museu se possam relacionar com este átrio. Esta mutação constante transforma-se numa performance em si mesma, adicionando teatralidade e animação ao museu.
A câmara central (o átrio) funciona como o diafragma do edifício, contraindo e expandindo, de acordo com as necessidades do museu. O pavimento deste espaço central está dividido em três plataformas que podem deslizar para cima ou para baixo, ao longo deste espaço vazio, criando diferentes configurações espaciais e relações com o resto do edifício.
A nova praça irá atuar como um instrumento de descoberta contínua, uma superfície maleável e transformável que pode receber diferentes eventos. No coração da praça, uma plataforma levadiça pode ser ativada para cobrir um espectro de ambientes urbanos de diferentes escalas, entre a intimidade de pequenos espaços e a grande praça monumental.
A nova superfície de madeira que protege o Antigo Fórum cobrirá progressivamente o território da intervenção, assinalando áreas de interesse arqueológico e revelando a tensão entre a superfície da cidade e o submundo da ruína. Este manto diáfano transforma a exploração arqueológica num espetáculo permanente, permitindo que as escavações avancem por baixo da cidade sem causar interrupções no seu quotidiano.
Casa para um Performer ambiciona questionar as fronteiras entre privado e público, interior e exterior, quotidiano e arte, e, em último caso, entre sujeito e objecto.
Um rectângulo de 9mx17m é dividido em 5 plataformas iguais. Cada plataforma corresponde a uma atividade doméstica: tomar banho, dormir, comer, cozinhar, estar. As plataformas são operáveis - movem-se para cima e para baixo - através de um sistema elétrico de alavancas controlado pelo habitante.
A casa é ao mesmo tempo palco e “backstage”, preparação e performance. Quando todas as plataformas estão em cima, o espaço por baixo da casa é público e permeável. Quando alguma ou todas as plataformas estão em baixo, o espaço doméstico invade a esfera pública - o habitante torna-se performer e as pessoas em seu redor, inevitavelmente, assumem o papel de espectadores.
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