Se todos os espaços têm o potencial de ser públicos e de servir a comunidade, a ideia de fronteira como limite físico desaparece para dar lugar à ação de relacionar.
A cidade de hoje é definida pelo confronto entre o conceito de sociedade - global e pública - e o conceito de indivíduo - único e privado - obliterando a escala intermédia da comunidade. O desaparecimento da escala do coletivo é consequência e causa da desagregação do tecido social e urbano. Existe uma infinidade de possibilidades de escalas intermédias entre a cidade e o indivíduo. Uma gradação de espaços partilhados e coletivos que liga o indivíduo à escala global através da sua comunidade.
É preciso reintroduzir a escala do colectivo no desenho do espaço.
*“Futuro Desenhado ou Textos Escolhidos” de Paulo Mendes da Rocha, Monade.
Como melhorar a qualidade espacial dos apartamentos existentes sem alterar a sua disposição interior?
A cada apartamento é acrescentada uma varanda generosa, protegida dos elementos por uma fachada de vidro, permitindo a sua utilização durante grande parte do ano. Esta sala de estar semi-exterior prolonga o domínio interior para o exterior, e transforma o átrio partilhado num espaço de possível comunhão, animado pela vida doméstica de cada vizinho.
©Panoptikon
Esta faixa de espaço semi-exterior integra uma gradação de espaços partilhados e colectivos que relaciona o domínio privado com o público, fundindo a vida doméstica com a natureza.
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O novo Guggenheim organiza-se num quadrado de 75x75m de três pisos em que o piso intermédio é vazio. Este vazio é o novo palco da cidade: uma plataforma desobstruída capaz de se transformar para acomodar vários tipos de eventos.
Por baixo e por cima deste palco - tal como na caixa cénica de um teatro - existem áreas técnicas, escritórios e galerias de exposição, que tirando partido das paredes amovíveis e plataformas elevatórias, podem invadir o palco e tornar-se parte integrante da performance expositiva.
A implantação do novo auditório municipal em Arcozelo é uma oportunidade para dinamizar e regenerar a rede de espaços públicos existentes, reabilitando-os para a vivência colectiva.
Propõe-se que o novo auditório seja uma continuidade do espaço público existente. A lateral poente do palco é separada do exterior por dois grandes portões de abertura superior, que podem abrir na totalidade revelando o espaço do palco para o espaço público.
O público entra diretamente da rua para o palco, ocupando a caixa de palco de formas inesperadas.
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